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Vinho do Amor, Amor pelo Vinho

Vinho do Amor, Amor pelo Vinho

O vinho acompanha a história do homem, há registros de sua produção desde 1 000 a.C. E foram primordialmente as sociedades que se voltaram em torno dele que coincidentemente ou não formaram uma filosofia ou teologia do amor. Mas não é qualquer vinho que tem esse efeito benéfico.

A bebida precisa de um ritual de preparação para chegar ao ponto certo. A boa notícia é que temos no Brasil uma grande produção da bebida em ótimas condições, o que faz com que não precisemos recorrer a um vinho estrangeiro no supermecado. Considerada capital do brasileira produtora de vinho, Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, tem aproximadamente setenta vinícolas, 35 localizadas no Vale dos Vinhedos (distrito da cidade). Algumas produções são centenárias, organizadas com a toda a sabedoria dos primeiros italianos que chegaram na região. Visitei três vinículas das mais tradiconais da cidade: Salton, Miolo e Don Laurindo. E ainda tive a oportunidade jantar na Casa Valduga, outra produtora Gregos, romanos, portugueses cantaram suas poesias, mitologias e histórias regados com muito vinho. A bebida ainda ganha grande enlevo no cristianismo, quando tornou-se parte do mistério da transubstânciação de Cristo. O vinho é o sangue do mártire, prova de todo o amor dele pela de vinho. Nas próximas linhas, relato o que encontrei por lá.

Salton: tradição e grande produção

A Salton é uma das vinículas centenárias de Bento Gonçalves. Não é à toa que quando chegamos ali encontramos o artista Cristiano Fabris incumbido de pintar nas paredes da vinícola a história do vinho e da família que contribuiu para a sua disseminação no sul do Brasil. Na pequena abóboda da recepção está retratado a produção da bebida no início do século passado. Camponeses, inspirados nos atuais trabalhadores da Salton, são retratados colhendo a uva e a pisando com o pé. Como Fabris é também especializado em arte sacra, ele fez uma pintura da santa ceia numa das paredes da empresa, em que o fundador Paulo Salton humanidade. Estando apaixonado ou não, acreditando ou duvidando da transformação do vinho em partedo amor de Jesus, fato é que, para além do simbolismo, a bebida é muito saborosa, deixa quem a toma com a sensação de leveza e ainda é recomendado para quem quer ter está como participante. Em outro corredor, o artista conta a história da família Salton. “O interessante de contar a história dessa família é que estou contando assim a história do vinho no Brasil”, disse ele. Depois de passar por esse corredor que será chamado de “corredor do centenário”, deparei-me com toda a grandiosa produção da empresa, tudo em escala industrial. De acordo com Cristine da Cruz, coordenadora do setor turístico da Salton, são retiradas dezesseis mil quilos de uvas por safra. A produção é contínua e, ainda segundo Cristine, são preenchidas doze mil garrafas por hora. Desci as escadas e cheguei nas chamadas caves, que são adegas climatizadas. A temperatura ali não passa de doze graus e o ambiente é umidificado para ocorrer a microoxigenação, processo pelo qual a madeira não resseca o vinho.

Essa temperatura também regula a quantidade de tanino, que, em interação com o carvalho, conserva o vinho. Ao fim da visita, o gran finalle: degustação de vinhos. Essa é a única parte paga, toda a visita pela Salton é gratuita. Delicie-se e aproveite para levar alguns para casa.

Don Laurindo: pequena casa de vinhos

A Don Laurindo é uma empresa familiar, que mantém a produção em pequena escala para não perder a qualidade. A empresa foi institucionalizada em 1991 por

Laurindo, que uniu seus filhos para que trabalhassem no novo empreendimento. Hoje, são os netos dessa família que comandam a produção. A vinícula é pequena, mas

tem toda a estrutura das grandes: tonéis, caves climatizadas e ótimos vinhos. Aqui também a degustação é paga, embora a visita seja gratuita.

Miolo: degustação refinada

A Miolo também apresentou todo o processo de fabricação do vinho, que não difere muito de vinícula para vinícula, mas o que me chamou a atenção ali foi a sala de de degustação reservada para os visitantes. O cômodo tinha grandes janelas de vidro, pelas quais tínhamos a visão de parte da produção de uvas. As mesas estavam arrumadas com diferentes tamanhos de taças para que pudéssemos experimentar os mais variados tipos de vinhos.

Dá para se sentir um profissional. Se não puder comprar, ao menos você poderá experimentar um vinho de muitos anos.

Nas redondezas da Miolo, também encontram-se pés de diferentes tipo de uvas, que, segundo os guias, é que dão o sabor diferente a cada vinho.

Casa Valduga: macorronadas acompanhadas de um bom vinho

Na casa Valduga, não conheci a produção de vinhos, mas em compensação pude experimentar as delícias servidas no restaurante do lugar. Um parentêsis só para o visual da casa: paredes de pedra, rosas pelas mesas e um ar de antiguidade, o que, para mim, combina muito com vinho.

Como em alguns restaurantes da cidade, todas as massas mencionadas no cardápio do dia são servidas para os clientes, de modo que você pode experimentar um pouco de cada. Porque, além do clima de antiguidade, um bom molho é ótimo parceiro para o vinho.

Para saber mais:

www.turismobento.com.br

www.miolo.com.br

www.salton.com.br

www.donlaurindo.com.br

www.casavalduga.com.br

FOTOs: © divulgação

Por: Danielle Loureiro

 

 

 


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