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Pela Estrada Afora

Pela Estrada Afora

Para completar esta aventura é preciso percorrer ao todo 1600 quilômetros de estrada de chão batido, superando buracos e atoleiros, mas conhecendo as riquezas de 199 localidades que se distribuem ao longo da Estrada Real, que recebeu este nome a partir do momento em que nela se encontrou ouro e diamante. No compasso de bicicletas ou carros 4 x 4, descobertas como lagos, rios, florestas, montanhas e um povo sempre acolhedor ajudam a desenhar uma paisagem memorável, antes demarcada pelos tropeiros e viajantes do século 17, que atravessavam estes caminhos no leva e traz de mercadorias, passando por 169 municípios de Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e outros 22 em São Paulo. Com mapa na mão, os aventureiros de plantão precisam apenas buscar os brasões oficiais da Estrada Real que definem toda a sua extensão, e escolher entre as rotas Caminho Velho (de Paraty a Ouro Preto), Caminho Novo (do Rio de Janeiro a Ouro Preto), Caminhos dos Diamantes (de Ouro Preto a Diamantina) e Caminho de Sabarabuçu (de Ouro Preto a Barão de Cocais), a que deseja desbravar. A reportagem da BTN conheceu o Caminho dos Diamantes de onde pode pinçar as histórias e cenários memoráveis impressos em mais de 400 km de viagem.

Ouro Preto
Porque parar? Os aspectos coloniais são mantidos de maneira fiel na cidade, neste sentido, é possível percorrer as escorregadias ruas e ladeiras de pedra e paralelepípedo, e reparar nas antigas casas, com as portas na beira da calçada, transformadas em lojas, restaurantes, bancos. Outro destaque é a extensa obra do artista barroco Aleijadinho, visível em grande parte das numerosas igrejas que compõem Ouro Preto.
Roteiro: os principais pontos turísticos são a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Igreja Nossa Senhora do Carmo, Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, o Museu da Inconfidência, Museu Aleijadinho e Parque Estadual do Itacolomi.
Delícia: o petit gateau de doce de leite acompanhado de sorvete e queijo coalho servido do restaurante O Passo.

Mariana
Porque parar? Mariana é uma cidade charmosa, com ares típicos do interior. Foi a primeira cidade planejada de Minas Gerais e guarda prédios históricos como a primeira Casa de Câmara e Cadeia do estado, hoje, Câmara Municipal. Um detalhe são as ruas apertadas de pedra, mas sempre tranqüilas.
Roteiro: Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de São Francisco de Assis, Igreja São Pedro dos Clérigos, Casa de Alphonsus Guimarães, Museu Arquidiocesano de Arte Sacra.
Delícia: observar a paisagem que se forma a partir da praça Minas Gerais, onde encontram-se também, uma de frente para outra, as igrejas Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis.

Catas Altas
Porque parar? É impossível não desejar tirar algumas fotos dos cenários do município, tomado de montanhas e vales de verde deslumbrante. Prédios históricos do ciclo do ouro são mantidos e vale conhecer o Bicame de Pedras, um aqueduto construído por escravos em 1792.
Roteiro: Santuário do Caraça, Pico de Catas Altas, Bicame de Pedras, Igreja Nossa Senhora da Conceição e Igreja Nossa Senhora do Rosário
Delícia: apreciar a Serra do Caraça e para os amantes do trekking e escalada é possível reunir ambas práticas esportivas no Pico dos Horizontes e no Pico do Baiano.

Serro
Porque parar? Para ver a série de casarões coloniais usados para o comércio da cidade, bem como, para subir os 58 degraus da Capela de Santa Rita construída no alto de uma colina. Lá de cima, a paisagem da cidade é incrível.
Roteiro: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, Capela de Santa Rita, Chácara do Barão do Serro e o Sobrado da Prefeitura, que foi construído no sécuo 19 para abrigar D. Pedro II, mas antes de sua chegada foi proclamada a República.
Delícia: experimentar e levar para casa o verdadeiro queijo do Serro, produzido de maneira artesanal como há 200 anos. Em setembro, acontece Festa do Queijo do Serro com diversas atrações.

Milho Verde
Porque parar? Para se surpreender com uma vida cotidiana intensamente tranqüila e com uma cidade de ruas de areia. Mesmo que aparentemente deserta, Milho Verde conta dois ou três restaurantes e hospedarias. Outros bons motivos para desembarcar são as cachoeiras e trilhas espalhadas pela região.
Roteiro: Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres, Capela de Nossa Senhora do Rosário, as cachoeiras Moinho, Carijó e Lajeado e as trilhas para Três Barras e Vau.
Delícia: aproveitar o pôr do sol em frente a Capela de Nossa Senhora do Rosário, onde é imprescindível fazer uma foto.

Diamantina
Porque parar? Porque a cidade, além de muito bonita, foi palco para dois importantes personagens do Brasil, a escrava alforriada Chica da Silva e o presidente Juscelino Kubitscheck, que tem suas vidas contadas na Casa de Chica da Silva e na Casa de Juscelino Kubitscheck. À noite, o movimento de carros agita o centro de Diamantina, com pessoas em busca dos melhores bares e restaurantes.
Roteiro: Igreja São Francisco de Assis, Igreja das Mercês, Igreja Nossa Senhora do Carmo, Casa de Chica da Silva, Casa de Juscelino Kubitscheck, Mercado Municipal, Casa da Glória.
Delícia: caminhar de manhã pelas ruas de pedra e curtir a atmosfera jovem que domina as noites nos bares da cidade.

Para saber mais:
Instituto Estrada Real www.estradareal.org.br

Foto: Bruno Barreto


Flávia Lelis, editora de conteúdo online e amante de viagens por natureza

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