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Novos para Nós: definindo a cultura brasileira através da arte popular

O Brasil é um país imenso. São 8.516.000 km² e uma vastidão de costumes, sotaques e cultura. Sem falar, das artes. Agora, fica um desafio: você sabe dizer o nome de um artesão mineiro? Ou de um pernambucano? Ou ainda, de um caiçara do litoral de São Paulo? Provavelmente não. Isso acontece porque não existe visibilidade para essa produção ou reconhecimento do artesanato popular. Muitas vezes, preferimos pagar um valor alto por um produto industrializado do que pagar o mesmo ou um pouco a mais por uma peça única e artesanal. E foi exatamente na busca pelo reconhecimento e exaltação da arte popular brasileira que fez com que Renan Quevedo criasse o Novos para Nós.

Publicitário por formação, o primeiro contato de Quevedo com a arte popular brasileira foi através de uma exposição realizada em 2012 no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Na época, ele cursava publicidade e não fazia ideia do conceito da arte popular, tampouco quem eram os principais artistas já consagrados dentro e fora do País. Renan conta que, aos poucos foi pesquisando o tema de maneira muito despretensiosa. Mesmo já inserido no mercado publicitário, fazia viagens pelo Brasil para conhecer os artistas registrados através de livros.

“Quando percebi, já tinha percorrido diversos estados e estava me dedicando à pesquisa no meu tempo livre”, ele conta. A curiosidade pela temática e a insatisfação com o dia a dia na agência de propaganda foi crescendo. Foi aí que Renan entendeu que gostava mais de pesquisar estes artistas e que precisaria de um plano. “Cerca de dois anos depois, já em 2017, decido sair da publicidade e formatar um projeto que divulgasse e celebrasse a cultura popular nacional”, ele relembra.

Mapeamento de artistas com o Novos para Nós

O Novos Para Nós é um projeto de mapeamento artístico popular. O objetivo é identificar nomes que tenham consistência em sua produção e trazer visibilidade a ela. “Antes de entrar em um carro e percorrer uma determinada região brasileira, faço um levantamento do que há disponível na internet, livros e com outros pesquisadores”, Renan explica. “Isso já me ajuda bastante, mas não é o suficiente. O que melhor funciona é a pesquisa boca a boca em feiras de rua, praças, postos de gasolina, beira da estrada”.

Por conta do alcance que hoje em dia o projeto tem, Renan consegue chegar mais facilmente a estas pessoas porque recebe indicações através das redes sociais do Novos Para Nós. “Alguém sempre conhece alguém que conhece alguém que me ajuda muito!”, ele diz.

Renan explica que o mapeamento de artistas populares começou a ser realizado na segunda metade do século passado. “Não há novidade alguma em fazer isso”, ele diz. O curador reforça que o diferencial no Novos Para Nós é oferecer espaço para que o artista compartilhe a sua história. “Comento sobre a construção artística das obras e também dedico espaço para falar sobre os propósitos, sonhos, questionamentos e desejos do artesão. Acredito que, estudando a vida destes artistas, conseguimos compreender melhor suas produções, lugares de origem, manifestações e tradições”. 

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(Fotos: Histórias de Casa | Felco)

Valorizando a arte popular brasileira

A partir do momento que as artes são divulgadas, o único objetivo do projeto é que elas sejam notadas pelas pessoas. “Acredito que, após este primeiro impacto, as pessoas tendem a valorizar por perceberem a riqueza cultural das produções brasileiras”, ele diz. “As obras revelam traços da identidade brasileira. Falar sobre identidade em tempos atuais, é confrontar ancestralidade e futuro investigando uma possível dicotomia de fragmentação-junção do povo”.

Com a ajuda das redes sociais, levar a arte popular para perto das pessoas tem sido muito mais fácil. Qualquer indivíduo com acesso à internet, pode ter acesso a todas as pesquisas e nomes levantados para o Novos Para Nós. “Não tenho dúvidas de que esse movimento pode vir formar uma sociedade mais consciente em relação à memória do nosso País”, ele reforça, exaltando o valor da cultura e dos costumes locais.

Para conhecer um pouco mais sobre o projeto e ouvir algumas histórias bem curiosas de quem já passou pela vida de Renan durante o seu trabalho de curadoria, assista a este TED:


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