Entre o litoral e o interior do Rio Grande do Norte, uma trilha de cerca de 300 km vem conquistando peregrinos e viajantes de todo o país. Criado em 2021, o Caminho dos Santos Mártires rapidamente se tornou uma referência nacional em turismo religioso e de experiência — um percurso que conecta devoção, cultura e paisagens deslumbrantes do Nordeste brasileiro.
Um roteiro que nasceu da fé e da memória
Idealizado pelo turismólogo Sidnésio Moura, referência no segmento de turismo religioso no Brasil e presidente do Instituto Caminho dos Santos Mártires, o projeto nasceu com a proposta de resgatar a história dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, símbolos da fé e resistência potiguar desde o século XVII.
Mais do que um caminho de peregrinação, o roteiro foi pensado como uma experiência de espiritualidade, contemplação e pertencimento, que pode ser percorrida a pé, de bicicleta ou em grupos organizados por agências de turismo.

Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta
Fé, paisagem e experiência
Percorrer o Caminho é vivenciar um mosaico de paisagens únicas: praias serenas, lagoas, dunas, mata atlântica e povoados históricos compõem o cenário da jornada. Cada etapa revela um novo olhar sobre o território potiguar, conectando o visitante à natureza e à espiritualidade de forma profunda e transformadora.
O roteiro começa no Engenho Cunhaú, onde ocorreu o primeiro martírio em 1645, e segue até Uruaçu, palco do segundo episódio, ambos carregados de simbolismo e emoção.
Entre capelas, engenhos e santuários
O trajeto original integra cidades como Canguaretama, Arez, São José de Mipibu, Nísia Floresta, Parnamirim, Natal, Extremoz e São Gonçalo do Amarante, locais que guardam preciosas marcas da história potiguar. Em 2025, o município de Espírito Santo (RN) passou a integrar oficialmente a rota, ampliando o circuito e reforçando a proposta de interiorização do turismo de fé.
Hoje, o Caminho dos Santos Mártires abrange 11 municípios, reunindo marcos como capelas históricas, ruínas de antigos engenhos, igrejas centenárias e os Santuários dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu — este último um dos maiores símbolos da devoção católica no estado. Outro destaque é o Santuário dos Ciganos, em Extremoz, que representa a acolhida plural e o diálogo entre diferentes expressões de fé.

Monumento aos Mártires em São Gonçalo do Amarante – crédito: Carla Salgueiro
Tecnologia e inovação a serviço do peregrino
Com apoio da Secretaria de Turismo do Estado, a rota conta com mapa interativo e QR Codes que orientam o visitante em cada etapa, oferecendo informações históricas e espirituais ao longo do percurso. Essa combinação de fé e tecnologia transformou o Caminho dos Santos Mártires em um case nacional de turismo inteligente e sustentável, frequentemente destacado na imprensa especializada.

Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte, Brasil crédito: Carla Salgueiro
Sinalização e integração nacional
Em 2025, o projeto deu mais um passo importante: a implantação da sinalização oficial nos municípios de Canguaretama e Espírito Santo (RN), dentro das Áreas de Proteção Ambiental Piquiri-Una. A iniciativa visa integrar o roteiro à Rede Trilhas, programa federal que reconhece trilhas de longo curso em todo o país.
Um legado de fé e desenvolvimento
Mais do que um roteiro turístico, o Caminho dos Santos Mártires é um instrumento de memória, identidade e desenvolvimento social. Ele valoriza a economia criativa, estimula o turismo de base comunitária e integra fé, história e sustentabilidade.
Conheça o roteiro: www.instagram.com/caminhodosmartiresoficial

 
                                                          
                                                                                                     
                                                                                                     
                                                                                                    



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